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O que são cidades inteligentes e como elas influenciam no seu dia a dia?

Publicado em 29/11/2023

Beneficiários diretos do avanço das cidades inteligentes são o eixo do transporte como um todo e a própria logística – sobretudo na vertente last-mile e na lógica de distribuição das grandes cidades
 

Por Redação


Outros beneficiários diretos do avanço das cidades inteligentes são o eixo do transporte como um todo e a própria logística (Shutterstock)

Mobilidade, sustentabilidade, políticas públicas e inovação. Esses são alguns dos principais pilares que movem o surgimento em escala global das chamadas cidades inteligentes, novo modelo de desenvolvimento urbano centrado na busca concomitante da melhoria da qualidade de vida das populações, ao mesmo tempo em que se buscam caminhos para a resolução de desafios como a redução dos impactos ambientais e o enfrentamento da crise climática-energética.

Essa busca, além de essencial para o futuro das próximas gerações que habitarão nosso planeta, dialoga com o ininterrupto processo de urbanização ao redor do mundo: de acordo com o relatório da ONU que apresentou os 11 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para a sociedade, até 2030, cerca de 60% da população global irá viver em centros urbanos (hoje, esse número já ultrapassa 50%).

Nesse sentido, na coluna Descomplicando a Logística de hoje, apresentamos um panorama sobre as smart cities (definição em inglês que também é utilizada no mercado como referência do modelo de urbanização), seus benefícios para a cadeia de distribuição e quais algumas das principais cidades inteligentes ao redor do mundo – spoiler, uma cidade brasileira está presente na lista!

O QUE SÃO CIDADES INTELIGENTES?

Segundo definição também da Organização das Nações Unidas, as cidades inteligentes tem como norte, justamente, o uso da inovação e da tecnologia como meio para melhorar a qualidade de vida de suas populações e proteger o meio ambiente, ao mesmo tempo em que a eficiência dos centros urbanos e de suas economias é otimizado – em outras palavras, estamos falando de desenvolvimento sustentável.

Sobre esse ponto, prêmios internacionais que se tornaram referência na avaliação da progressão das smart cities ao redor do mundo, estabeleceram alguns indicadores que servem de termômetro e guias importantes para os caminhos da urbanização inteligente.

É o caso do World Smart City Awards, que avalia quesitos como as ações focadas em modernização, a conectividade, a sustentabilidade, o planejamento urbano e a aplicação de políticas públicas alinhadas com os objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU.

Em termos econômicos, as cidades inteligentes têm sido também um vetor significativo para o surgimento de novas tecnologias e startups que atuam com o desenvolvimento de soluções alinhadas aos novos pilares da urbanização sustentável. De acordo com estudo da Statista, os investimentos em torno das smart cities devem fechar 2023 com valor de mercado superior a US$ 89 bilhões, dentro de uma tendência que pode se expandir, em média, mais de 13% ao ano até 2025.

E toda essa mobilização não surge por acaso: já em 2021, uma reportagem da Forbes identificou benefícios diretos que começam a ser observados a partir da "nova geração" de cidades inteligentes, incluindo um processo de decisão ancorado em dados para o desenvolvimento de políticas públicas e enfrentamento dos desafios de urbanização a redução das emissões de CO2 na atmosfera.

"Segundo a ONU, as cidades inteligentes usam a inovação como meio para melhorar a qualidade de vida de suas populações e proteger o meio ambiente, ao mesmo tempo em que a eficiência dos centros urbanos e de suas economias é otimizado – em outras palavras, estamos falando de desenvolvimento sustentável."

CIDADES INTELIGENTES E LOGÍSTICA

Outros beneficiários diretos do avanço das cidades inteligentes são o eixo do transporte como um todo e a própria logística – sobretudo na vertente last-mile e na lógica de distribuição das grandes cidades.

A reportagem da Forbes cita, dentro desse contexto, a potencial otimização da engenharia de tráfego nos centros urbanos, a partir, por exemplo, do desenvolvimento de aplicativos e ferramentas de planejamento de rotas e navegação por GPS mais sensíveis não só ao tempo e distância, mas também ao consumo dos veículos – fator que tende a contribuir com um trânsito de menor impacto para o meio ambiente.

E isso sem falarmos no fortalecimento do segmento de veículos elétricos no mundo – incluindo caminhões. Apenas no Brasil – que ainda tem um mercado tímido nesse universo – a PwC estima um boom do setor até 2040, com uma frota de carros elétricos superior a 35 milhões no período.

É válido frisar, nesse sentido, que de janeiro a setembro do ano passado, a venda de caminhões e ônibus elétricos ou a gás cresceu 386% no país, segundo números da ANFAVEA (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).

De acordo com estudo da Statista, os investimentos em torno das smart cities devem fechar 2023 com valor de mercado superior a US$ 89 bilhões, dentro de uma tendência que pode se expandir, em média, mais de 13% ao ano até 2025.

"Os investimentos em torno das smart cities devem fechar 2023 com valor de mercado superior a US$ 89 bilhões – dentro de uma tendência que pode se expandir, em média, mais de 13% ao ano até 2025, segundo a Statista"

A TECNOLOGIA POR TRÁS DAS SMART CITIES

Já falamos sobre o papel central que a inovação assume para o desenvolvimento das cidades inteligentes, mas quais as principais infraestruturas tecnológicas que sustentam esse desenvolvimento? A seguir, apresentamos três eixos fundamentais:

  • Inteligência artificial: o progresso da inteligência artificial – inclusive em suas frentes generativas – é um dos alicerces para que os sistemas de roteirização e telemetria, a partir da análise de dados e da interpretação contextual do ambiente, tomem melhores decisões e contribuam para uma maior eficiência da engenharia de tráfego. Além disso, IA pode auxiliar em âmbitos complexos como o planejamento de políticas públicas.
  • IoT: a conexão e troca de informações entre sistemas físicos da Internet das Coisas (Internet of Things, IoT), é o que permite, por exemplo, a construção de redes de conexão à web mais eficientes nas cidades. O uso de sensores, por sua vez, pode aumentar a segurança no trânsito e no controle inteligente de recursos hídricos.
  • Tecnologia geoespacial: finalmente, a tecnologia geoespacial pode ser aplicada em desafios que incluem a identificação de focos de desperdício e impacto ambiental nas cidades, no desenho de rotas inteligentes para os motoristas e na acessibilidade da população sobre serviços públicos.

5 DAS CIDADES MAIS INTELIGENTES DO MUNDO

Agora que você já conhece os fundamentos que direcionam as smart cities, que tal conferir as cidades mais inteligentes do mundo? De acordo com diferentes indicadores e premiações, apresentamos abaixo 5 centros urbanos que estão saindo na frente na corrida pelo desenvolvimento sustentável e uso da inovação em prol de uma melhor qualidade de vida para os seus habitantes:

  • Curitiba: em novembro, a capital paranaense conhecida pelo seu polo efervescente de startups foi premiada pelo World Smart City Awards concedido pela Fira Barcelona, como a principal cidade inteligente do mundo. O caminho conjunto entre tecnologia e preservação ambiental, aliás, colocou o estado do Paraná como o mais inovador e sustentável do Brasil, segundo o ranking Bright Cities;
  • Cidade de Singapura: no topo de muitas listas globais, a capital de Singapura se destaca pela digitalização ampla de seu sistema de saúde e pagamentos em transportes públicos, além da construção de novos bairros e centros urbanos pautados pelo desenvolvimento alinhado a preservação da ecologia local;
  • Zurich: a capital da Suíça ficou em primeiro lugar no IMD Smart Cities Index de 2023 – um dos principais prêmios voltados ao reconhecimento das cidades inteligentes globais – e traz em seu planejamento urbano, cases de sucesso como uso de sensores que regulam a iluminação pública de acordo com o tráfego de pessoas e pedestres. O projeto gerou uma economia de energia de 70% na cidade, segundo o Portal Earth;
  • Oslo: na segunda colocação do IMD Smart Cities Index de 2023, Oslo, capital da Suécia, capitaneia políticas públicas como o uso de incentivos para a produção de carros com zero emissões de carbono – até 2025, a cidade pretende que toda a sua frota seja de carros elétricos;
  • Cairo: finalmente, a capital do Egito lidera o ranking das cidades inteligentes na África e, de acordo com reportagem do Business Insider, tem como nortes de seu planejamento urbano a preservação da tradição da cidade com um amplo uso de novas tecnologias.

CONCLUINDO E DESCOMPLICANDO

Conforme frisamos ao longo deste artigo, as cidades inteligentes desempenham uma função crucial para o futuro da humanidade e geram benefícios que englobam desde a logística urbana até o implemento de políticas públicas em benefício das populações que seguem em seu movimento migratório para as grandes cidades.

Nesse sentido, estimular os ecossistemas de inovação e acompanhar a atuação dos governos é indispensável para que novas cidades inteligentes se estruturem de acordo com as metas do desenvolvimento econômico sustentável.

ESTRADAS DO FUTURO

Enfrentar o desafio dos acidentes em estradas e rodovias do Brasil não é uma questão simples e, ao mesmo tempo, trata-se de uma demanda que pede urgência. De acordo com dados da CNT (Confederação Nacional de Trânsito), só em 2022, mais de 64 mil acidentes foram registrados no país — desses, 82,1% deixou vítimas, incluindo mortos e feridos. Em termos gerais, o Brasil ocupa a preocupante posição de 3º país com o maior número de mortes no trânsito, conforme relatório da OMS (Organização Mundial de Saúde). 

MundoLogística lançou a campanha “Estradas do Futuro”, uma iniciativa que conta com patrocínio da nstech, apoio da Onisys, da Associação Brasileira de Operadores Logísticos (ABOL) e da Associação Brasileira de Logística (Abralog). Por meio da campanha, o intuito é unir os diferentes atores da cadeia logística nacional, difundindo conteúdos educacionais que tragam tanto visibilidade para a pauta da segurança no transporte rodoviário, quanto práticas e divulgação de soluções que possam colaborar com a capacitação e proteção de motoristas.

 

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