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Valor do Frete: aprenda a Calcular de Forma Simples e Prática para não ter prejuízos

 

Publicado em 01/06/2017

 

O preço do Frete é sem dúvida a parte mais sensível de uma negociação. Se ele for mal calculado a empresa corre o risco de não ter lucros e se for alto demais de perder espaço para a concorrência.

O segmento de transporte é um dos mais relevantes para a economia nacional, e afeta, por meio de seus preços, os custos da maioria dos outros segmentos. 

Calcular o preço de um serviço de transporte pode ser uma tarefa difícil, principalmente se o gestor não souber qual tarifa se encaixa melhor para o seu modelo de operação e tipo de carga. 

 

COMPONDO A TARIFA

Na escolha da modalidade mais adequada ao transporte, devem-se levar em conta alguns fatores; em especial os custos, a velocidade de locomoção, e a confiabilidade de fornecimento. O modal predominante hoje é o rodoviário e os valores dos fretes praticados não é regido por nenhuma legislação específica, portanto a negociação entre Transportador e Embarcador é livre seguindo apenas as Leis e regras de mercado. 

Fazer uso de uma metodologia adequada para cálculo do custo do frete é vital. O gestor precisa considerar: Modal, distância, peso, dimensão da carga, valor e tipo da carga, pedágio, qualidade da via, particularidades de manuseio, Mark-up e taxas.

A tarifa de frete é composta pelo frete peso, pelas DATs: despesas administrativas e de terminais, pelo ad-valorem (ou frete valor), pela GRIS: taxa de gerenciamento de risco, pelas taxas adicionais; conhecidas como generalidades, impostos e pelo lucro.

 

Tarifas de composição do frete:

Frete peso 

Parcela de maior relevância na composição do frete. É constituído da soma dos custos fixos, variáveis e lucro. O peso bruto ou o peso cubado das cargas define o valor a ser pago pelo transporte de acordo com a sua modalidade. O frete é cobrado de acordo com o peso da mercadoria ou o espaço que ela ocupa; sempre o que for maior.

  • Custos fixos: Salários encargos sociais e benefícios de motoristas e ajudantes, remuneração mensal do capital, oficina, licenciamento, seguro do equipamento e a depreciação do veículo e do equipamento e etc.;
  • Custos variáveis: Combustível, pneus e recauchutagens, lavagem e graxas, lubrificantes, peças, acessórios e materiais de manutenção e etc.

 

Frete valor  ou ad-valorem

O Ad Valorem é calculado em cima do valor da carga. Agrega seguro na mercadoria que não está assegurada quando não está em tráfego, assegura contra riscos de acidentes e avarias;

  • (DAT)- Despesas administrativas e de terminais - São despesas indiretas: salário de diretores e gerentes, alugueis, tarifas de serviços públicos, manutenções prediais e taxas públicas, material de escritório e etc.;
  • (GRIS) - Taxa de gerenciamento de risco: cobrada a partir de uma porcentagem do valor da nota fiscal, tem o objetivo de cobrir os custos do frete decorrentes das medidas de combate ao roubo de carga e prevenção do risco.
  • Pedágio – Taxa cobrada dependendo do caminho a ser percorrido para a entrega. A lei 10.209 de 23 de março de 2001 determina o rateio do custo do pedágio no caso de transporte de cargas fracionadas. 
  • ICMS – imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação. 

 

Taxas adicionais

As taxas adicionais cobradas em relação ao frete original vêm ganhando importância e é cada vez maior a sua participação no custo total do transporte, principalmente nas entregas urbanas. Abaixo uma lista das mais comuns:

  1. Taxa de Dificuldade de Entrega – Uma das taxas mais comuns das entregas urbanas: clientes com longas filas de esperas, horário reduzido para o recebimento de notas, exigência de tripulação maior, recebimento fora de horário comercial, e etc.;
  2. Taxa de difícil acesso – Tão comum quanto à outra: entrega em vielas, subidas íngremes, ruas que alagam, estradas de terra e etc.;
  3. Taxa de restrição de trânsito – Cobrada em virtude das muitas normas e restrições das grandes metrópoles, Chega a 20% do valor do frete original;
  4. Taxa de carga e descarga – Nos grandes centros essa cobrança é muito comum, os clientes descarregam e guardam a mercadoria com mão de obra paga pelo responsável da entrega. Não há padrão de cobrança, alguns cobram por volume descarregado, outros por pallets, outros por perfil de veículo e etc...
  5. Taxa de armazenamento – Acontece quando há entregas com problemas: estoque do cliente cheio, cliente em inventário, coletas antecipadas por erro da expedição e etc.
  6. Taxa de paletização ou unitização de cargas – Cobrada pela transportadora quando o cliente exige uma paletização especial (muitos embarcadores não têm catalogado a paletização específica de todos os clientes);
  7. Taxa de coleta ou entregas em horários alternativos – Taxa cobrada quando uma coleta sem programação é solicitada, e quando o cliente tem restrições de horários diferentes do comum;
  8. Taxa de agendamento – Cada vez mais os clientes marcam dia e hora para receber a mercadoria, a transportadora por sua vez dedica um recurso para realizar o agendamento da entrega (geralmente aqui gera também taxa de armazenagem);
  9. Taxa para a devolução / digitalização dos canhotos - Devolver a mercadoria que o cliente não recebeu por problemas do cliente ou do embarcador gera essa taxa. 

***

Outras despesas adicionais que nem sempre virão na nomenclatura de taxas alteram os custos da entrega, outro fator é a falta de uma padronização das cobranças, do valor e também do tipo de taxa cobrada. 

Além dessas taxas, cada transportadora procura o melhor método para chegar a um valor justo de frete, fazendo uso da "Lei de mercado". O percurso a ser percorrido influencia diretamente nas variáveis aplicadas.

 

As oportunidades de redução estão ai, encontrá-las, depende de uma gestão prática e efetiva.

Até a Próxima.

Achiles Rodrigues

Achiles Rodrigues

Por Achiles Rodrigues

Achiles Rodrigues é executivo de marketing de vendas e um nexialista com mais de 20 anos de experiência no mundo corporativo. Logístico de “pai, mãe e parteira”, já atuou nos mais diversos setores e segmentos como gestor de logística, transportes e melhoria contínua. Formado em administração, teologia e pós-graduado em vendas, negociações e resultado de alta performance e logística e Supply Chain. É colunista da revista MundoLogística e fundador dos blogs clubedalogística.com.br e achilesrodrigues.com.br.

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