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Logística guiada pelo propósito: Cinco passos para implementar

 

Publicado em 05/10/2021

Ser dirigido por um propósito significa que as organizações precisam compreender que há aspectos e impactos a considerar


Foto: Pacific Asia Travel Association

Logística guiada pelo propósito – ou, em inglês, “Purpose Guided Supply Chain”.

Pode soar estranho, pois até pouco tempo as cadeias de suprimentos eram meramente focadas em aumentar o lucro, ou seja, manter operações ao menor custo possível desde que atendendo aos requisitos mínimos de qualidade, prazo etc. Porém, aumentou muito a conscientização das partes interessadas sobre o impacto das empresas no meio ambiente e na sociedade como um todo.

Ser dirigido por um propósito significa que as organizações precisam compreender que há aspectos e impactos a considerar. Não é mais apenas sobre o produto a ser entregue, mas a forma como é entregue. Ou seja, a ética precisa estar presente porque existe convicção interna e pressão externa.

Existem restrições ambientais, sociais e humanas que devem ser levadas em consideração. Como dito por Mario Sergio Cortella, não se “faz qualquer negócio” em cadeias logísticas guidas pelo propósito! Se sou cliente, funcionário, fornecedor que prezo pela decência nas relações e noto que uma empresa não "faz qualquer negócio", terei um nível muito maior de adesão a ela.

Para quem trabalha na área de Supply Chain, as principais formas de entregar um real propósito são:

  1. Se conectando com a necessidade do cliente: garantimos que hospitais recebam medicamentos, que pacientes sejam salvos, mantemos restaurantes e supermercados abastecidos para famílias, ou em tempos de pandemia somos heroicamente os que permitem pessoas receberem em casa as próprias encomendas.
  2. Causando um impacto positivo ambiental e social: o compromisso com a evolução da sociedade, com redução contínua da geração de resíduos, emissões de carbono e no consumo de recursos é base fundamental do propósito na logística. Em tempos de pandemia, a preocupação e os cuidados genuínos com a saúde das pessoas também são uma forte demonstração de honra dos líderes.
  3. Engajamento das equipes, diversidade e inclusão: em todas as funções da logística, é fundamental aproveitar mais as capacidades de pessoas diversas da organização – gênero, orientação sexual, raça, etnia, idade, crenças, pessoas com deficiência etc. – de forma que elas se sintam respeitadas, tenham voz e pertencimento para, consequentemente, serem produtivas no ambiente de trabalho. Além disso, o olhar de alguém que não é idêntico ao meu aumenta a abrangência do meu modo de pensar e agir.
  4. Gerando inovação e retorno financeiro de ponta a ponta: a criação de valor para o cliente pela customização ou flexibilidade garantem a perenidade do negócio. Isso é um baita propósito!
  5. Influenciando fornecedores e clientes: uma cadeia de suprimentos não pode ser totalmente orientada para o propósito, a menos que seus parceiros críticos se alinhem com este mesmo propósito.

Fica a mensagem para todos os profissionais da área: logística não é mais um diferencial se não for guiada pelo propósito. O mesmo precisa estar amplamente comunicado internamente e externamente, de ponta a ponta na cadeia de suprimentos. Hoje, eu sou líder em uma organização compatível com meus valores humanos, ambientais e éticos, com o meu propósito de vida – e cada vez mais profissionais buscam esse alinhamento de propósito.

Aos líderes, um lembrete: se dizemos em nossa estratégia que algo é importante, isso deve estar refletido em todas as ações e comportamentos da operação, diariamente!

Luís Eduardo Ribeiro

Por Luís Eduardo Ribeiro

É Gerente Regional de Operações da Martin Brower, líder global em soluções logísticas de ponta a ponta para redes de restaurantes. Ao longo da carreira, liderou a supply chain de empresas como DHL, Carrefour, Ponto Frio, bioMérieux etc. Em 2016, planejou e executou a logística de alimentos para as Olimpíadas RIO-2016. Recebeu Moção de Reconhecimento da Assembleia Legislativa do RJ pelos serviços prestados como Administrador de Empresas. Foi eleito Profissional de Logística do Ano pela Revista MundoLogística.

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