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Após Shein, Amazon adere ao programa “Remessa Conforme”

Publicado em 28/09/2023

Em vigor desde julho deste ano, uma das principais mudanças do programa foi que as empresas se beneficiem da isenção de imposto de importação para compras de até US$ 50

Por Redação

Após Shein, Amazon adere ao programa “Remessa Conforme”
 O programa entrou em vigor há um mês para modernizar e tornar mais eficiente o processo de importação (Foto: Divulgação)

O programa “Remessa Conforme” é uma iniciativa do governo brasileiro que visa simplificar e agilizar o processo de importação de mercadorias e produtos para o país. O programa entrou em vigor há um mês para modernizar e tornar mais eficiente o processo de importação, reduzindo a burocracia e facilitando o comércio internacional. A varejista chinesa Shein foi certificada como uma das participantes do programa e, em seguida, foi a vez da americana Amazon.

Segundo análise do especialista em comércio exterior e diretor da AGL Cargo, Jackson Campos, a certificação da Shein e Amazon trouxe a expectativa de que os consumidores poderiam, agora, desfrutar dos benefícios do programa ao realizar compras na plataforma. Uma das principais mudanças foi que as empresas se beneficiem da isenção de imposto de importação para compras de até US$ 50, incluindo transações realizadas por pessoas jurídicas.

Conforme o especialista, essa é uma mudança expressiva, uma vez que anteriormente essa isenção estava restrita apenas às remessas entre pessoas físicas. Essa inclusão amplia os produtos acessíveis aos consumidores brasileiros e fortalece o setor de comércio eletrônico no Brasil.

A Sinerlog foi a primeira no setor de e-commerce a receber o certificado da Receita Federal. Além disso, a empresa chinesa Alibaba, controladora da AliExpress, também aderiu ao sistema no final de agosto, reforçando ainda mais a importância desse programa no cenário do comércio eletrônico brasileiro.

“A iniciativa é bem recebida, pois anteriormente as compras estavam sendo realizadas sem um controle adequado, uma vez que a lei não previa isenção para compras feitas por pessoas físicas em sites estrangeiros. A isenção era originalmente destinada apenas a compras feitas por pessoas físicas”, esclareceu Jackson Campos.

No entanto, segundo o executivo, muitos sites encontravam maneiras de contornar essa restrição, dividindo pacotes e utilizando nomes de pessoas físicas como remetentes para evitar tributações.

“Com o programa ‘Remessa Conforme’, os consumidores agora podem fazer compras dentro das diretrizes legais, sem a necessidade de contornar a lei, adquirindo qualquer item permitido, desde que o valor limite de US$ 50 seja respeitado. Isso traz mais transparência e conformidade ao processo de importação, beneficiando tanto os consumidores quanto as empresas envolvidas”, comentou.

AGILIDADE

Outro aspecto destacado por Campos no contexto da “Remessa Conforme” é a capacidade de agilizar o processo de liberação alfandegária. Isso é alcançado por meio do envio antecipado de informações à Receita Federal, o que reduz o tempo que os produtos passam retidos na alfandega e torna o processo de importação mais eficiente.

“Um dos principais pontos do programa é a gestão de risco incorporada, que permite a liberação de encomendas de baixo risco sem a necessidade de triagem detalhada, agilizando ainda mais o processo de importação e desburocratizando as operações comerciais”, sinalizou.

De acordo com informações fornecidas pela Receita Federal, atualmente cerca de 67% do volume de remessas enviadas ao Brasil de janeiro a julho deste ano já estão abrangidos pelo programa “Remessa Conforme”. Esse número crescente reflete a crescente adesão das empresas ao programa e a sua eficácia em simplificar o comércio internacional.

PROBLEMAS COM A TAXAÇÃO DE COMPRAS INTERNACIONAIS

De acordo com a explicação do especialista, o programa ainda não emitiu os certificados para todas as companhias que manifestaram interesse na adesão, e que o processo segue em andamento. Portanto, essas empresas não têm direito à isenção do imposto de importação até que sejam oficialmente oficializadas no programa.

“Para compras em companhias fora do ‘Remessa Conforme’, os compradores ainda enfrentam alíquotas de imposto de importação convencionais, que podem ser mais altas, dependendo do produto, frete e seu valor. A adesão ao programa continua sendo uma opção atraente para economizar em compras internacionais, desde que as empresas participantes atendam às exigências de transparência e cobrança de impostos”, ressaltou.