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Caminhões autônomos podem dobrar produtividade, diz estudo

Publicado em 11/11/2019

Caminhões autônomos, conduzidos por inteligência artificial, realizariam viagens duas vezes mais longas com menor custo.

 

Caminhões autônomos, com implementação total da tecnologia, podem fazer viagens duas vezes mais longas e ainda reduzir custos operacionais, segundo o estudo da Cognizant, uma das empresas líderes mundiais em tecnologia e negócios.
Segundo o estudo, que aborda o futuro dos veículos conduzidos por Inteligência Artificial, dobrar a produtividade significa agregar valor à supply chain de bens não perecíveis e com taxa de turnover alta.
Com velocidade de 80 km/h, esses veículos conseguem cobrir quase 2 mil quilômetros diariamente, agilizando de forma considerável o tempo de entrega dos produtos.

 

"A tecnologia de veículos autônomos se une à impressão 3D e à Internet das Coisas (IoT) como as forças que mais apoiam a otimização do gerenciamento de supply chain"

Eduardo Guerreiro, diretor de Negócios Digitais da Cognizant no Brasil

 

O impacto dos caminhões autônomos no mercado de trabalho

Certamente, a chegada dos caminhões autônomos terá impacto direto no mercado de trabalho. No entanto, os responsáveis pelo estudo lembram que antes de pensar em demissões em massa de motoristas é preciso pensar que eles podem trocar viagens longas por curtas ou até mesmo ser treinados para operar remotamente esses veículos.

 

Caminhões autônomos devem gerar profissões do futuro

Ao passo que o trabalho com os caminhões ficará diferente, surgirá espaço para novas profissões. Por exemplo: os caminhões autônomos não farão a troca de pneus sozinhos, ou seja, demandará um profissional de suporte que se tornará essencial para garantir que os veículos estejam em perfeitas condições de manutenção. Enfim, surgirão tarefas oportunidades com condições melhores na indústria.
O estudo sugere três profissões do futuro:

• Gerente de recursos éticos: será necessário para gerenciar todos os recursos e discutir as soluções mais éticas e inclusivas;
• Analista de cibercidades: vai garantir que caminhões autônomos sem condutores fiquem fora de vias urbanas ao mesmo tempo em que coordena a chegada de motoristas em hubs de transferência para permitir a entrada desses veículos em áreas metropolitanas;
• Gerente de coordenação homem-máquina: o futuro do trabalho será baseado em como as empresas incorporam e potencializam as habilidades de humanos e máquinas ao fazê-los trabalhar juntos.

 

Legislações precisarão ser revistas

Outro impacto dos caminhões autônomos será na legislação. As três esferas do poder público (municipal, estadual e federal) precisam estar alinhadas para desenvolver regulações e leis específicas. Em termos de planejamento, as cidades podem repensar sua engenharia de tráfego e seus desenhos urbanos. "Enquanto algumas cidades grandes possuem os recursos e o capital humano para trabalhar em leis a respeito de veículos autônomos, muitas comunidades menores não têm a capacidade de fazer o mesmo. Será necessária uma ação legislativa unificada com a finalidade de alinhar as legislações de veículos autônomos no país todo", comenta Guerreiro.

 

Os caminhões autônomos terão vulnerabilidades

No viés contrário a produtividade, os caminhões autônomos têm algumas questões de segurança que colocam em risco sua aceitação (neste momento). Como qualquer outro dispositivo conectado a uma rede há o risco de ciberataques. Assim, as empresas de logística precisarão encontrar novas maneiras de protegê-los. Atualmente, em um acidente o motorista geralmente é o responsabilizado, mas com caminhões conduzidos por Inteligência Artificial quem será responsabilizado?

De todo modo, há níveis de automação que não dispensam totalmente o condutor. Veja os níveis possíveis:
• O líder do comboio (um motorista na frente com dois ou mais veículos o seguindo)
• O rodízio (motoristas seriam retirados das cabines para viagens longas, mas pegariam no volante em hubs de transferência para que esses caminhões possam trafegar nas cidades, por exemplo)
• O drone (os caminhões seriam pilotados remotamente de centros de operação).

De acordo com a Sociedade de Engenheiros Automotivos (SAE), a automação de veículos pode ser mensurada de 0 a 5. Quanto mais alto, maior o nível de automação do veículo. Enquanto o ecossistema agitado das cidades requer o maior nível de automação possível para veículos de passeio, as viagens realizadas por caminhões e caminhonetes já se beneficiam com nível menores de automação.