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Celulose Riograndense opta por modal rodoviário

Publicado em 22/06/2012

Um dos principais atrativos do transporte de mercadorias por hidrovias é o baixo custo – o modal é apontado, inclusive, como o que pratica os fretes mais baratos quando comparado às alternativas rodoviárias, aéreas e ferroviárias. Entretanto, o presidente da Celulose Riograndense, Walter Lidio Nunes, apontou que o custo de instalação do porto de embarque em Rio Pardo, para criar a rota para transporte de madeira entre as bases florestais e a indústria, em Guaíba, fizeram com que a empresa optasse pelo transporte rodoviário no projeto de expansão.

“As infraestruturas que precisam ser construídas em Rio Pardo são extremamente pesadas, devido ao terreno, devido ao nível, às condições do rio Jacuí e à sazonalidade. Então não é uma alternativa de transporte que se tenha abandonado, mas neste momento não há privilégio para esse modal. Esse transporte não entra agora no projeto, mas não fechamos a porta para o futuro. A hidrovia está aí, e continuo deixando o terminal na fábrica com uma parte dedicada à celulose e outra à madeira”, explicou o executivo.

Nunes detalhou, ainda, que a proposta anunciada pela empresa na primeira versão do plano de expansão (ainda sob a marca Aracruz Celulose) previa a instalação de um terminal portuário em área cedida pela prefeitura de Rio Pardo. Agora, o plano de expansão da Celulose Riograndense que está sendo discutido com o governo do Estado na Sala do Investidor prevê a entrega de madeira à fábrica por caminhões. A previsão, detalhada em vídeo institucional, é que as toras usadas sejam cortadas preferencialmente nas florestas próximas a Guaíba.

“Falta ainda completar a base florestal para alcançar os números previstos no projeto, mas é uma área pequena, e isso não compromete o cronograma. Até porque o eucalipto cresce muito rápido no Brasil e vamos aumentando em áreas que já têm licenciamento ambiental, sobretudo com o redirecionamento de produtores parceiros, que cultivavam acácias, para o eucalipto”, explicou Nunes ao dizer que o zoneamento florestal no Rio Grande do Sul já está consolidado.

Ele manteve a previsão de assinar, até 31 de julho, o protocolo de intenções com o governo do Estado. O documento, que deve detalhar o investimento de US$ 2,6 bilhões (aproximadamente R$ 5,2 bilhões) na construção de uma nova fábrica junto à estrutura já existente, é condição para que os controladores da empresa, o grupo chileno CMPC, aprovem o começo dos trabalhos, o que deve ocorrer até o fim de agosto.

A previsão de Nunes é que o projeto de engenharia básico seja feito no terceiro trimestre deste ano e a construção tenha início no segundo trimestre de 2013. A partida da produção deve ser dada no final de 2014, e a operação efetiva deve ser alcançada em 1 de janeiro de 2015. 

Com a ampliação, a capacidade produtiva da Celulose Riograndense vai alcançar a marca de 1,75 milhão de toneladas ao ano (um aumento de 1,3 milhão), e o objetivo é atender ao mercado externo. “Nosso foco é formar uma combinação exclusiva de celuloses de diferentes origens, que têm características distintas, e qualificar o produto final vendido principalmente ao mercado europeu”, explicou o executivo.