LogTalk LogTalk

Compagas e NEOgás testam caminhões movidos a gás natural para transporte de GNC no Paraná

Publicado em 09/06/2022

Iniciado no fim de maio, projeto piloto foi criado para avaliar o desempenho do caminhão movido a gás natural no transporte da versão comprimida do combustível

Por Redação


Foto: Divulgação

A Compagas e a operadora logística NEOgás iniciaram um projeto piloto para testar o uso de caminhões abastecidos com gás natural no transporte do gás natural comprimido (GNC) para atendimento ao consumidor final. Com esse projeto, o Paraná se torna o primeiro Estado no Sul do País a ter o ciclo de fornecimento de gás natural por via terrestre inteiramente formatado a partir da cadeia do gás.

Neste piloto, que foi iniciado no fim do mês de maio e terá cerca de 30 dias de duração, o gás natural distribuído pela Compagas será comprimido pela NEOgás na estação de Ponta Grossa. Em seguida, será transportado diariamente por cerca de 130 km até o município de Arapoti, utilizando caminhão Scania movido a gás, para abastecer a indústria BO Paper, que utiliza o gás natural em uma série de aplicações na indústria papeleira. A indústria recebe o GNC, que é o gás natural armazenado a alta pressão, que pode ser levado por transporte terrestre para indústrias e postos de abastecimento distantes da rede de distribuição.

Segundo o diretor Técnico-Comercial da Compagas, Rafael Longo, a solução “permite interiorizar o uso do gás natural, abastecendo cidades e regiões do Estado não atendidas pela rede de distribuição, como é o caso de Arapoti, beneficiando a economia local e levando o desenvolvimento”. O executivo explica que o projeto visa demonstrar uma solução mais sustentável e competitiva para interiorizar o abastecimento de gás natural no estado do Paraná. Assim, a expectativa é que a operação seja realizada integralmente a partir da cadeia do gás natural.

“Queremos também apresentar aos usuários, transportadoras e empresários do segmento de transportes pesados, a viabilidade do uso do gás como um combustível mais eficiente e mais sustentável que o diesel, podendo ser aplicado a cargas pesadas e para maiores deslocamentos.” – Rafael Longo, diretor Técnico-Comercial da Compagas.

A NEOgás, empresa parceira da Compagas e responsável pelo transporte de GNC para a BO Paper, terá como objetivo central medir o desempenho do caminhão Scania no trajeto diário, avaliando indicadores como rendimento e potência do veículo, além das emissões de gases de efeito estufa.

“Entendemos que temos a frente um grande avanço para o transporte de cargas no país, e nós queremos comprovar que é possível aliar redução de emissões, descarbonização do ambiente e sustentabilidade com redução de custos.” – Ricardo Neumayer, diretor de Vendas e Operações da NEOgás.

A NEOgás roda cerca de 5 milhões de km por ano, com consumo estimado de cerca de 2,5 milhões de litros de diesel. “O uso do gás natural nos caminhões chega para dar mais economia e sustentabilidade ao transporte pesado”, destaca Neumayer.

De acordo com o executivo, a meta da empresa é evoluir para uma utilização permanente do veículo a gás no percurso em teste e também em outras rotas pelo país. “Nós queremos não só transformar 100% da nossa frota de distribuição de GNC para gás natural, como também pretendemos fazer novos projetos NEOgás levando o gás para postos de combustíveis não conectados à rede de distribuição a fim de criar novos pontos de abastecimento pelo Brasil.”

SUSTENTABILIDADE NAS RODOVIAS

O diretor da Compagas, Rafael Longo, explica que o gás natural é um combustível mais eficiente e menos poluente que o diesel, comumente utilizado em ônibus e caminhões. Segundo ele, essas características são fundamentais quando se fala em sustentabilidade nas operações.

Em relação ao diesel, estima-se que o gás natural reduza a emissão de CO2 (dióxido de carbono) em 23%. Já o biometano, que também pode ser utilizado como combustível para veículos pesados, pode alcançar uma redução próxima a 85%.

O abastecimento com esses combustíveis também contribui com a qualidade do ar. Quando comparado ao diesel, a redução de NOx (óxidos de nitrogênio) é de 90% e de material particulados chega a 85%. “Os efeitos do uso destes combustíveis mais limpos podem ser observados no curto prazo, com a colaboração para a redução de doenças cardiovasculares e para a perda da produtividade causada por esses poluentes, impactando positivamente a saúde pública e o meio ambiente”, destaca Longo.