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Correios buscam equilíbrio com ações de aumento de receitas e redução de despesas

Publicado em 15/03/2016

Os Correios estão implantando uma série de medidas para reverter o déficit e equilibrar as contas, com o foco no aumento de receitas e redução de despesas. As ações permeiam todas as áreas da empresa, desde itens de custeio administrativo, como a economia em passagens aéreas e a revisão de contratos de aluguel, até a oferta na diversificação de serviços, como o incremento na venda de consórcios nas agências e a entrada no mercado de telefonia móvel.

As ações já em curso e outras planejadas são o resultado do trabalho de grupos criados no final do ano passado e compostos por funcionários, com o objetivo de pensar a melhoria da gestão e dos resultados. Esses grupos receberam mais de 4.000 contribuições de ecetistas de todo o País.

Segundo o presidente dos Correios, Giovanni Queiroz, o momento requer união e responsabilidade da diretoria, dos gestores, dos empregados e das representações sindicais. “Só com o engajamento e o compromisso de todos será possível reverter o quadro, mas tenho a certeza de que uma empresa desse porte, com 120 mil trabalhadores e presente em todos os municípios, tem condições de voltar a crescer e atender ainda melhor a população brasileira.”

Aumento de receitas
Entre as ações para incrementar as receitas, está a ampliação no número de agências que oferecem venda de consórcios de várias modalidades, como veículos e imóveis. Atualmente, o serviço está presente em 190 unidades. Esse número saltará gradativamente para 1.822, a partir de abril, e chegará a 3.200 agências até o final do ano. Esse é um mercado em crescimento no País, segundo dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac). De 2014 para 2015, houve crescimento de 13,9%.

Outra aposta é a entrada dos Correios no mercado de telefonia móvel, por meio do MVNO. Nos próximos dias, deve ser escolhido o parceiro para a venda de chip com a marca Correios. O valor mínimo previsto para a operação pretendida é de R$ 282 milhões, para um período de cinco anos.

A estatal também investe no setor de logística. Operadores logísticos oficiais dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, quando movimentarão 30 milhões de itens, os Correios iniciaram negociação com outros órgãos públicos para ser o operador logístico de todo o Governo Federal, como já faz com êxito a distribuição de livros didáticos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

Redução de despesas
As ações de redução de despesas têm como objetivo alcançar uma economia de, pelo menos, R$ 1,6 bilhão só para este ano. Na área de publicidade e patrocínio, foi feito um corte de 50%, em relação ao investido no ano passado, o que gerará uma poupança de R$ 190 milhões.

De custeio administrativo, a estatal planeja racionar mais de R$ 100 milhões. Diversos contratos de aluguel, em todo o País, estão sendo renegociados. Unidades alugadas pela Postal Saúde, administradora do plano de saúde dos empregados, estão sendo devolvidas e o setor está retornando para as dependências próprias dos Correios.  Medidas como a redução de diárias e passagens e do consumo de papel e toner, entre outras, também já foram implantadas.

Outra economia virá do fechamento aos sábados de 685 agências deficitárias e com baixo fluxo de clientes, unidades localizadas em espaços como aeroporto e rodoviária, com alguma exceção, não serão afetadas. As agências que não abrirão mais aos sábados, a partir do dia 19 março, são aquelas com resultado operacional negativo, como a de Teófilo Otoni, Minas Gerais, onde a receita média, aos sábados, é de R$ 416,70 e a despesa para abri-la é de R$ 6.608,77. O fluxo dessa agência, que nos dias de semana é de 1.300 pessoas, aos sábados cai para menos de 100 clientes.

Recentemente, foi criada uma força-tarefa para atuar no Rio de Janeiro. Áreas da capital carioca e da região metropolitana têm sofrido um aumento da criminalidade, afetando entregas dos Correios. O objetivo da força-tarefa é melhorar o atendimento à população dessas áreas e, ao mesmo tempo, reduzir o roubo de encomendas e o pagamento de indenizações, fruto de extravios.

Os Correios também mudaram a direção do Postalis, fundo de pensão dos empregados, e da Postal Saúde, com o objetivo de qualificar as gestões e buscar a sua sustentabilidade.