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Demanda por entregas rápidas cresce e last mile vira necessidade

Publicado em 14/01/2020

Prazo de entrega cada vez menor no e-commerce está transformando o uso de espaços industriais nas cidades


Comprar pela internet e esperar dias, até semanas, para receber o produto é algo inconcebível para os consumidores de hoje. Eles exigem entregas rápidas.
As empresas têm “se virado nos 30” para atender tal demanda, mas, inegavelmente, isso tem um custo, alto!
A solução seria investir em espaços de distribuição dentro das cidades para agilizar as entregas. As empresas de varejo e logística têm feito isso e impulsionado o crescimento do mercado de last mile (em português, última milha), que é a última etapa antes da entrega do produto.

 

“Há uma demanda global em relação a last mile, e é um desafio enorme para as grandes cidades, que têm questões de trânsito, segurança, disponibilidade de espaço, custos e regulação.” Ricardo Hirata, gerente de transações da área de Locações Industriais da JLL.

 

Crescimento do e-commerce “puxa” o last mile

Só no Brasil, o e-commerce cresceu 12% e faturou R$ 53,2 bilhões em 2018, segundo levantamento do Ebit/Nielsen. Para 2019, a expectativa é de expansão de 15%, com vendas totais de R$ 61,2 bilhões. O potencial de avanço também é grande no longo prazo, visto que 35,3% da população ainda não acessa a internet, de acordo com o IBGE.
Consequentemente, quanto mais compras feitas, mais demanda por entregas em tempo recorde.


Entregas em poucas horas já são realidade

Entregas rápidas, para o dia seguinte ou até mesmo em horas, já são uma realidade do mercado. O GPA é um exemplo de varejista que atua com essa estratégia e usa a inteligência logística a seu favor.

 

“O aumento da concorrência fez com que os varejistas quisessem encurtar o tempo de espera do consumidor. Com as plataformas de comparação de preço on-line, o valor do produto virou quase padrão, o que diferencia uma loja da outra é o custo do frete e o prazo de entrega. Por isso, as empresas têm investido cada vez mais nisso para serem competitivas.”

 

O desafio, então, é calcular o quanto é vantajoso estar mais perto do cliente, apesar do preço mais alto do pouco espaço disponível dentro das cidades, garante o especialista da JLL.

Outra dificuldade é que, por ser um mercado muito novo, ainda não há imóveis plenamente adequados para a distribuição eficiente de produtos no last mile.

 

“As empresas estão buscando soluções imobiliárias alternativas, como galpões de self storage, mas esbarram em questões como acessibilidade de caminhões e horários de funcionamento destes locais, que não foram projetados para esses usos.” Renan Cardoso, da área de Pesquisa e Inteligência de Mercado da JLL.

 

Várias são as alternativas encontradas pelas empresas para as operações logísticas de last mile. Para facilitar, foi montada a tabela (abaixo) com os prós e contras de cada uma delas.

 

Pesquisa aponta locais com potencial para instalação de last mile

A JLL realizou uma pesquisa em mais de três mil imóveis para entender quais regiões de São Paulo têm potencial para receber instalações que atendam às demandas do last mile. A Zona Leste, mais populosa da cidade, concentra a maior quantidade de armazéns e depósitos, sendo os outros:

Vila Guilherme, Vila Maria e Parque Novo Mundo
Estoque total: 935 mil m²
Imóveis: 1093
Vacância: 2%
Preço médio pedido: R$17,53/m²

Mooca e Ipiranga
Estoque total: 1,3 milhões m²
Imóveis: 991
Vacância: 5%
Preço médio pedido: R$12,75/m²

Vila Leopoldina, Lapa e Barra Funda
Estoque total: 1,6 milhões m²
Imóveis: 755
Vacância: 5%
Preço médio pedido: R$19,52/m²