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Escassez de contêineres: DHL Global Forwarding aposta em transporte com break bulks

Publicado em 28/04/2022

Focando no transporte de mercadorias a granel, empresa busca oferecer alternativa econômica e prática aos embarcadores; segundo executivo da DHL, crise nos contêineres deve persistir até 2023

Por Redação


Foto: Shutterstock

Em meio ao cenário de crise na cadeia global de suprimentos causada pela escassez de contêineres, a DHL Global Forwarding resolveu apostar no uso de navios break bulk (carga fracionada) para o transporte de mercadorias a granel, desde grãos a cargas de projeto e insumos para mineração como carvão e níquel. Por meio dessa estratégia, a empresa busca oferecer uma alternativa que pode gerar economia, agilidade e praticidade para os embarcadores.

De acordo com o diretor de Projetos Industriais e Energia Renovável da América Latina da DHL Global Forwarding, Claudio Ramos, a expectativa é que a falta de contêineres persista até 2023. No Brasil, houve uma queda de 5% na proporção de unidades disponíveis aos portos, obrigando muitos navios a retornarem sem estar totalmente carregados para atender aos prazos acordados com os clientes.

“Existem várias situações no transporte internacional que podem se beneficiar deste serviço. Podemos utilizar também o transporte híbrido, que consiste em levar a carga até um ponto em navios Roll-on/Roll-off (embarcações específicas para transporte de veículos automotores) para que sejam transferidas, em balsas, para os break bulks até o destino final, o que pode gerar uma economia de até US$ 200 mil em alguns casos específicos.” – Claudio Ramos, o diretor de Projetos Industriais e Energia Renovável da América Latina da DHL Global Forwarding.

Segundo o executivo, os break bulks permitem que a carga seja alocada de maneira mais segura, podendo ser acomodada na parte superior do deck ou mesmo em compartimentos internos. Em casos de fretamento do navio, é possível, ainda, trabalhar com o sistema trabalhar com o sistema “last in, first out”, que significa que a mercadoria/equipamento será a última a ser carregada no porto de origem no navio e a primeira a ser descarregada no porto de destino para garantir eficiência no tempo de viagem.

Além disso, por conta do tamanho do break bulk – que pode chegar a 500 pés de comprimento, o que equivale a aproximadamente 150 metros – e dependendo do tamanho da carga, existe ainda a possibilidade de adquirir contêineres de 20/40 pés no porto de destino para acondicionamento da carga e que podem ser revendidos no destino. Essa possibilidade traz benefícios financeiros tanto para a agenciadora quanto para o próprio cliente. 

“Sempre temos que avaliar o tipo e a quantidade de carga que precisamos transportar para saber qual é a melhor opção para cada caso”, explica Ramos.

ESCASSEZ DE CONTÊINERES E CADEIA GLOBAL DE SUPRIMENTOS

Segundo pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em 2021, 70% das 128 empresas associadas sofriam com a falta de contêineres e navios. Entre os associados, mais da metade relevou ter passado por cancelamentos e suspensão de viagens programadas.

Os fretes também subiram: serviços que, antes do período, custavam cerca de US$ 1 mil ultrapassaram os US$ 12 mil em alguns casos, impactando também nos prazos de exportação e importação.