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Especialista faz alerta sobre cargas retidas nos aeroportos após novo sistema aéreo lançado pelo governo

Publicado em 22/08/2023

Segundo o diretor da AGL Cargo, Jackson Campos, cerca de 40% das cargas farmacêuticas estão retidas, podendo prejudicar a saúde pública e limitar o acesso a medicamento essenciais

Por Redação

Especialista faz alerta sobre cargas retidas nos aeroportos após novo sistema aéreo lançado pelo governo
As novas normas foram lançadas pelo Governo Federal no último dia 31 de julho (Foto: Divulgação)

A promessa de simplificação e redução de custos de controle de cargas áreas tem apresentado desafios significativos nos aeroportos, onde centenas de cargas estão retidas sem previsão de normalização. As novas normas foram lançadas pelo Governo Federal no último dia 31 de julho com a finalidade de simplificar e agilizar os processos de importação, principalmente para produtos de alto valor agregado.

Segundo o diretor da AGL Cargo, Jackson Campos, esse cenário pode trazer impactos potenciais em diversos setores, especialmente na logística farmacêutica, além de não estar isenta de desafios nos aeroportos.

“Muitas cargas permanecem retidas nas instalações dos aeroportos, gerando preocupações tanto para as empresas envolvidas quanto para os órgãos regulatórios”, afirmou o especialista em logística farmacêutica.

“Um dos aeroportos mais afetados, o GRU Airport, não possui uma previsão para a normalização da situação", explicou Campos. "A inconsistência entre o sistema da Receita Federal e o sistema do aeroporto pode ser a raiz do problema.”

METAS PARA APRIMORAR O CENÁRIO DE IMPORTAÇÃO

O especialista salientou que a Receita Federal estabeleceu metas para aprimorar o cenário de importação. Uma delas é a redução de 80% no tempo médio de liberação das mercadorias nos aeroportos, uma medida que visa acelerar os trâmites aduaneiros, permitindo que os produtos cheguem ao mercado com maior celeridade.

“Em suma, a iniciativa de simplificar e reduzir custos no controle de cargas aéreas, lançada em julho, trouxe consigo expectativas positivas de modernização e agilização dos processos de importação”, afirmou o diretor da AGL Cargo.

Entretanto, desde o início, as medidas têm enfrentado desafios substanciais nos aeroportos e que não restringem apenas à logística. Campos observou que a retenção de cargas farmacêuticas nos aeroportos é um aspecto particularmente preocupante.

"Os atrasos na liberação desses produtos podem ter consequências diretas na saúde pública. Considerando que cerca de 40% das cargas farmacêuticas permanecem retidas, resultando em prejuízos operacionais para as empresas envolvidas e gerando inquietações no contexto regulatório", alertou.

Diante disso, o diretor da AGL Cargo destacou que, especialmente na logística farmacêutica, esses entraves podem resultar em impactos sérios, incluindo a potencial escassez de medicamentos, aumento gradual dos custos de armazenamento, falhas em processos licitatórios e carência de produtos hospitalares.

"Embora a Receita Federal busque melhorar a eficiência do processo, as atuais dificuldades demandam uma resolução ágil e eficaz para garantir que os benefícios prometidos pelo novo sistema se materializem sem comprometer setores vitais da sociedade", disse o executivo.