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Nova rota comercial marítima do Ceará ao Cabo Verde

Publicado em 02/08/2012

Novos negócios para empreendedores do Nordeste serão viabilizados em outubro. É quando vai entrar em operação a nova rota comercial marítima do Ceará ao Cabo Verde, arquipélago africano que servirá de hub (ponto de distribuição). Com isso, o transit time (em tradução livre, tempo de trânsito) entre o Estado e outros países africanos e europeus vai ser reduzido em mais da metade, incrementando as trocas comerciais.

Duas companhias de navegação disputam o entreposto. “Fará o trajeto quem oferecer a melhor condição financeira”, ressalta o secretário executivo da Câmara de Comércio Exterior do Ceará (CCE), o empresário Roberto Marinho. Ele não quis informar o nome das empresas, mas adiantou serem europeias, de médio porte e que não têm atuação no Estado.

“Com grandes companhias, não houve viabilidade. O grau de exigência do volume de carga das empresas médias é menor. Com a nova rota, vamos ganhar em logística, custo e escala de vendas”, afirma. Os principais destinos dos produtos cearenses serão África do Sul, Angola, Guiné Bissau, Senegal, Moçambique, além de São Tomé e Príncipe.

A depender do calado (profundidade máxima) dos navios, será escolhido o porto de partida. O indicativo é de que será via Porto do Mucuripe, em Fortaleza. Mas o Porto do Pecém, em São Gonçalo do Amarante, é outra opção viável.

Também estão em definição as duas possibilidades de rota. Na primeira, Cabo Verde-Ceará-Cabo Verde. Na segunda, Espanha-Portugal-Cabo Verde-Ceará, retornando pelos mesmos países. Demonstra maior viabilidade a segunda opção, pela possibilidade da chegada de importação da Europa, já que não há produção em Cabo Verde, citou o secretário executivo.

Oito marcas cearenses estão acreditando na viabilização da rota comercial ao Cabo Verde. Uma é a Pomar da Polpa, produtora de polpa de frutas, que está investindo em embarques aéreos a países africanos, desde o início do ano. Segundo o diretor comercial da empresa, Márcio Maia, a aceitação do produto tem aumentado as expectativas de lucratividade. 

“Temos potencial para chegar a 8 toneladas (t), 10 t por mês. Segundo nossas estimativas, em um ano, podemos chegar a 20 t mensais. Já foram feitos contatos com importadores. Um dos compradores já montou uma distribuidora para receber e distribuir a poupa”, adianta.

Por enquanto, afirma que não está obtendo lucro. “Estamos pagando para exportar. Até o fim do ano, esperamos mandar um contêiner por mês. Aí, vai começar a valer a pena”.

Paralelo ao desenvolvimento logístico, estão sendo feitas orientações para tratamento e higienização dos produtos que são perecíveis.