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Novo diesel pode auxiliar o setor de transporte na redução de CO2, avalia executivo

Publicado em 28/09/2023

Novo R5 é composto por 95% de diesel mineral derivado do petróleo e 5% de diesel verde renovável derivado do óleo de soja, além de receber 12% a mais de adição de biodiesel éster

Por Redação

Novo diesel pode auxiliar o setor de transporte na redução de CO2, avalia executivo
Ao chegar nas distribuidoras, o combustível também sofre uma adição de mais 12% de biodiesel éster (Foto: Canva)

Segundo a Confederação Nacional do Transporte (CNT), o óleo diesel representa 35% do custo operacional do transporte rodoviário de carga. Além disso, em função do alto consumo do combustível, o modal rodoviário é um dos principais segmentos quando se fala sobre emissões de gases poluentes.

Mas trata-se de uma perspectiva em mudança. Recentemente, foi anunciado o novo diesel R5, combustível com 95% de diesel mineral derivado do petróleo e 5% de diesel verde renovável derivado do óleo de soja. Ao chegar nas distribuidoras, o combustível também sofre uma adição de mais 12% de biodiesel éster, conforme estabelecem as legislações atuais.

Em análise sobre o tema, o diretor operacional da Zorzin Logística, Marcel Zorzin, destacou que essa nova fórmula pode se tornar uma saída para a diminuição da emissão de gases poluentes no transporte.

“Acredito que pode ser uma alternativa, podendo nos ajudar a quebrar o estigma de que os caminhões sempre são os vilões da história, sendo que sempre buscamos utilizar um combustível necessário para realizar as atividades”, afirmou o executivo. “É claro que os caminhões atuais são mais modernos e têm melhorado na questão das emissões, mas o diesel é ainda é uma fonte significativa de poluição.”

ESG

Na análise de Zorzin, o desejo de contribuir com a integração de iniciativas no combate da poluição e de ser um forte integrante nas práticas de ESG faz com que as empresas do modal tracem planejamentos estratégicos que otimizem suas operações e diminuam os fatores poluentes.

Entretanto, considera ser preciso tomar cuidado com a utilização desses combustíveis, visto que não se trata de somente utilizar, mas, sim, de uma combinação de fatores.

“Na minha opinião, o biodiesel, assim como o diesel tradicional, não reduzirá significativamente as emissões de CO2, já que aumentará o consumo. O maior desafio está em combinar um equipamento que queime de forma eficiente com um combustível mais limpo. A presença de enxofre e de outras impurezas no petróleo torna o processo de refinamento mais caro, mas acredito que estamos no caminho certo”, relatou.

Segundo o executivo, outra questão que fere o não cumprimento da descarbonização é a idade média dos caminhões. Conforme pesquisa de 2019 da CNT que ouviu 1.066 motoristas profissionais, a idade média dos caminhões chega a 15,2 anos — ou seja, quanto mais antigos os caminhões, mais poluição é gerada pelas rodovias.

“Concordo que o transporte de cargas está se tornando cada vez mais caro devido à várias políticas governamentais e flutuações de mercado. Espero que o novo diesel R5 seja competitivo em termos de preço para que as empresas possam investir nele”, explicou Zorzin. “Os clientes desejam energia limpa, mas, muitas vezes, o custo inicial de veículos e de equipamentos mais ecológicos desestimula. Se o R5 oferecer uma opção viável, eu mudarei para ele sem hesitação, simplificando minha frota.”