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Operação de terminais privativos receberá R$ 21 bilhões

Publicado em 31/05/2012

Os Terminais de Uso Privativo (TUPs), que são operados por grandes empresas exportadoras e importadoras, lideram com folga a movimentação de carga no sistema portuário brasileiro. A liderança deve se acentuar nos próximos anos, já que, de acordo com Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), do total de investimentos previstos para o negócio nos próximos anos, de R$ 30 bilhões, nada menos que R$ 21 bilhões serão aplicados na construção, ampliação e operação de TUPs.

"Os terminais privativos são uma ferramenta estratégica e um catalizador dos empreendimentos industriais", diz o presidente da Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP), Wilen Manteli. De acordo os dados da Antaq, das 886 milhões de toneladas que foram movimentadas em 2011, 557 milhões foram por meio de TUPs, o equivalente a 62,9% do total. Houve uma alta de 2,2% sobre o ano anterior, quando foram movimentados 545 milhões de toneladas.

O minério de ferro e os combustíveis responderam por 92,9% da movimentação de cargas nos TUPs e por 58,4% do volume geral do sistema portuário brasileiro. O TUP da Vale, em Tubarão, no Espírito Santo, liderou a movimentação de cargas no Brasil em 2011, respondendo por 12,43% de total.

Entre os terminais especializados em granel líquido, o maior movimento ocorreu no TUP Almirante Barroso, da Petrobras, que movimentou 5,61% do total de cargas. A Petrobras planeja ampliar a capacidade de atracação de petroleiros deste terminal, localizado em São Sebastião (SP). A obra é estimada em R$ 250 milhões. A Transpetro, subsidiária da Petrobras em logística, discute o aval dos órgãos ambientais para instalar a nova estrutura de 1,7 km no norte do canal.

A Vale Fertilizantes pretende se tornar a maior operadora de logística integrada para exportação de granéis sólidos do Porto de Santos (SP), após investimentos de R$ 3,5 bilhões na Ferrovia Centro Atlântica e na ampliação do Terminal Marítimo Ultrafertil (TUF), em Santos. Concluída a obra, a companhia, que atualmente utiliza o terminal para importar insumos de fertilizantes, passará a movimentar açúcar e soja, com uma capacidade para armazenar 518,5 mil toneladas. O volume equivale a 37% da oferta atual dos oito terminais que escoam os dois produtos pelo Porto de Santos. O projeto, previsto para 2015, está atualmente em licenciamento ambiental.

Já o Superporto do Açu, da LLX, será um complexo Portuário Privativo de Uso Misto, com a construção de dois terminais, TX 1 e TX 2. Já foram investidos R$ 2,6 bilhões no empreendimento. De acordo com a LLX, já foram assinados 70 memorandos com interessados em operar no complexo. Entre eles estão a Wisco, terceira maior siderúrgica da China, e a Ternium, que planejam instalar um parque siderúrgico com capacidade inicial de produção de 8,4 milhões de toneladas de aço bruto por ano.