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Pandemia força revisão de prioridades. 33% dos transportadores demitiram

Publicado em 15/06/2020

Aplicativo Pega Carga destaca os impactos no Brasil e diz ser preciso revisão de prioridades na pandemia


A pandemia do novo Coronavírus alterou as estruturas do mercado de trabalho até mesmo nas áreas consideradas essenciais. O transporte de insumos também foi afetado pelas medidas de isolamento social e tanto as empresas quanto os profissionais que integram a cadeia de frete rodoviário, precisaram se adequar à nova realidade. Após três meses, dificuldades e oportunidades seguem surgindo.

Um retrato dessa situação está na pesquisa da Confederação Nacional de Transportes (CNT) a respeito dos impactos da pandemia no transporte e nas relações trabalhistas. O levantamento, com 600 empresas de transporte de cargas e de passageiros de todos os modais, entre os dias 20 e 24 de abril, evidenciou que 33% dos transportadores participantes realizaram demissões. Além disso, entre as empresas que já têm empregados com redução de carga horária, 43,2% dos entrevistados esperam por novas reduções.

Bernardo Lage, porta-voz do Pega Carga, aplicativo gratuito de transporte de cargas, afirma que o momento é de readequação do setor. Mesmo considerado essencial para o funcionamento da economia, o transporte de insumos também atende às demandas consideradas não essenciais para uma crise de saúde.


"Foi criada uma oportunidade com o aumento de frete em produtos essenciais. Assim, naturalmente, percebe-se uma migração de motoristas e caminhoneiros. Antes eles eram contratados para o transporte de produtos específicos, considerados não essenciais para esse momento crítico, e começaram a fazer o transporte de produtos fundamentais em meio à pandemia."


Lage também ressalta um grande aumento de demanda por parte dos operadores logísticos, que trabalham com a entrega de produtos do e-commerce. Com as medidas emergenciais de distanciamento social a população tem utilizado cada vez mais as compras on- line. Assim, surgiram novas oportunidades para os caminhoneiros.

 

"Não é que o setor de transportes não tenha sofrido impacto mas, em algumas áreas, foram criadas oportunidades."

 

O porta-voz diz não crer que todas as demissões registradas no período signifiquem uma migração imediata dos profissionais para atividades de transporte autônomo. Segundo ele, há uma interferência em toda a cadeia do mercado, uma vez que mecânicos, auxiliares de manutenção e colaboradores da área administrativa também estão sendo desligados.

 
“Os caminhoneiros que perderam seus empregos de motoristas em transportadoras e operadores logísticos, estarão disponíveis no mercado como profissionais autônomos, aderindo a aplicativos de transporte de carga como o nosso, ou realocados em outras empresas menos afetadas por esta crise."