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Pesquisa traça perfil dos operadores logísticos e alta no faturamento

Publicado em 31/07/2020

Faturamento das empresas do setor cresceu 23,8%, nos últimos dois anos no Brasil. Perfil dos operadores logísticos foi traçado pela Abol

 

Com o objetivo de atualizar a abrangência da atuação dos operadores logísticos nas cadeias de suprimento, produção e distribuição dos diversos segmentos econômicos nos quais atuam, a Associação Brasileira de Operadores Logísticos (Abol), em parceria com o Núcleo de Logística, Supply Chain e Infraestrutura da Fundação Dom Cabral (FDC), divulgará hoje, dia 31, em webinar às 16h, os resultados da edição 2020 da pesquisa Perfil dos Operadores Logísticos no Brasil.

O estudo realizado pela FDC, sob a coordenação do professor de logística, transporte e planejamento de operações e supply chain, e coordenador do Núcleo de Infraestrutura, Supply Chain e Logística da FDC, e pesquisador responsável pela Plataforma de Infraestrutura em Logística de Transportes, Paulo Resende, mostrou um crescimento no faturamento anual e no número de empresas que se encaixam na taxionomia de operadores logísticos.

O levantamento abrangeu um universo total de 275 empresas e revelou uma Receita Operacional Bruta (ROB) total de R$ 100,8 bilhões anuais, estimando um faturamento médio de R$ 366 milhões, por empresa.

Na comparação com a primeira versão da pesquisa, divulgada em dezembro de 2018, o número de empresas era de 269 organizações, com o total da ROB anual de R$ 81,4 bilhões, o que representava um faturamento médio de R$ 302,6 milhões, por empresa


"De 2018 para 2020 - a pesquisa é realizada bianualmente - tivemos um aumento de 23,8% na ROB, o que mostra que o setor dos Operadores Logísticos é um dos que mais cresce no Brasil. Também é expressivo o crescimento do faturamento médio por empresa, que é de 21%, o que nos diz que trata-se de um setor que tem uma participação cada vez mais dilatada no Produto Interno Bruto (PIB)." - Paulo Resende.


O professor acrescenta que o setor é um dos que mais emprega nos dias de hoje, gerando aproximadamente 1,5 milhão de postos de trabalho diretos e indiretos.


"Chamou-nos a atenção, também, a grande variedade de mercados de atuação dos operadores logísticos no Brasil. Desde comércio eletrônico, serviços bancários até a área de commodities, petróleo e gás. Essa diversidade deixa claro que os operadores logísticos fazem parte da economia brasileira de uma maneira bastante enraizada."

 

Outro fator interessante trazido pelo estudo de 2020 é quanto ao recolhimento na carga tributária.
Fazendo alusão ao Projeto de Lei nº 3.757/2020, de autoria do deputado federal Hugo Leal (PSD/RJ), em tramitação na Câmara dos Deputados Federais, o qual visa regulamentar a atividade dos Operadores Logísticos no Brasil, Rezende completa:


"O setor arrecada hoje R$ 14,7 bilhões em tributos e R$ 11,5 bilhões em encargos trabalhistas, o que não é pouco, contribuindo muito para erário. Isso se vê agravado, de certa forma, pelo fato de os operadores não terem uma Classificação Nacional de Atividade Econômica (CNAE) própria, estando sujeitos a uma sobreposição de tributação e encargos em função das diversas atividades que executam. Por isso, é fundamental a regulamentação da atividade de operador logístico para que a bitributação deixe de acontecer”.

 

Regulamentação da atividade dos Operadores Logísticos

 

A atualização do estudo coincide com um avanço no Projeto de Lei nº 3.757/2020, que prevê a regulamentação da atividade dos Operadores Logísticos e modernização da lei de armazenagem geral, o Decreto nº 1.102/1903. A tramitação do PL já começou na Câmara dos Deputados Federais, sob a responsabilidade do deputado federal Hugo Leal (PSD/RJ).

 

"Como trata-se de um setor muito novo e por ser um integrador de várias atividades e ter uma ação transversal em vários segmentos da logística, o marco regulatório se faz mister para que não haja intervalos 'cinzentos' de legislação. Por utilizarmos várias CNAEs (Classificação Nacional de Atividade Econômica), o marco regulatório trará transparência, clareza de interpretação e, assim, stakeholders, órgãos anuentes, intervenientes e reguladores poderão ter a mesma leitura do nosso setor, das suas atividades e responsabilidades." - Cesar Meireles, diretor presidente e CEO da ABOL.


Detalhamento da pesquisa - O estudo completo será detalhado no webinar de hoje (veja aqui).