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Reforma de aeroportos regionais, privatização e surgimento de aeroportos privados

Publicado em 29/07/2014

Iniciativas criam demanda pela construção de centenas de hangares em todo o País

Para os próximos 15 ou 20 anos, a demanda por hangares em todo o País deve chegar à casa dos quatro dígitos. A afirmação é do arquiteto especializado em Projetos para Área Aeronáutica, Ernani Maia. Segundo ele, só com os novos aeroportos privados já anunciados são, pelo menos, 500 lotes aeronáuticos, que demandarão uma estrutura arquitetônica de hangaragem, independentemente do tipo de atividade a ser desenvolvida, como manutenção, Fixed-Based Operator (FBO), hangaragem etc.

No Estado de São Paulo, há três projetos de aeroportos privados, voltados à aviação executiva (Aerovale, Catarina e Hárpia). “Se computarmos o que está sendo traçado pelo Governo Federal com os mais de 270 aeroportos regionais e os processos que estão em andamento para a conversão de aeroportos pouco expressivos e portas de entrada de voos internacionais, como o de Sorocaba ou de Cabo Frio, chegaremos a números bem mais expressivos”, ressalta Maia. 

Ele, que recentemente entregou à Embraer o Hangar de FBO e Maintenance, Repair and Overhaul (MRO) de Sorocaba, projeto que desenvolveu desde a concepção até o gerenciamento da obra, afirma que há uma carência de profissionais especializados no segmento. “A arquitetura aeronáutica se diferencia não apenas pelas linhas e tendências, mas, em especial, pela série de pré-requisitos operacionais que envolvem um hangar. Sem alguns detalhes, o hangar pode ficar bonito, mas não será autorizado a operar pelos órgãos reguladores.”

De acordo com o arquiteto, infelizmente os profissionais das áreas de arquitetura e engenharia civil pouco se desenvolveram nessa área. As universidades não apresentam cursos de especialização ou mesmo disciplinas nas graduações que abordem as obras de suporte a esse meio de transporte, que só tende a crescer, especialmente para atender às demandas da sociedade contemporânea, caracterizada por necessidades imediatas. Algo que só a aviação poderá atender.

A demanda por projetos de arquitetura aeronáutica deve ficar maior ainda com a inclusão das necessidades offshore. Maia, que está finalizando o projeto de um hangar para helicópteros em Macaé, destaca que “empresas como a Petrobrás contam com frotas enormes de helicópteros e precisam de todo o suporte em terra”.