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Retomada econômica: Porto Itapoá cresceu 13% em 2021

Publicado em 11/01/2022

Localizado no litoral norte de Santa Catarina, terminal ampliou a oferta de serviços e tem se consolidado como alternativa também para clientes de outros estados


Foto: Divulgação

Completando dez anos de atividades em 2021, o Porto Itapoá se consolidou como o quinto maior porto do Brasil em movimentação de contêineres. No ano passado, o desempenho geral do terminal foi 13,1% acima do resultado de 2020, com 498 mil contêineres movimentados. Destaques para as importações que registraram um aumento de 23,2% em comparação ao ano anterior e de 17,5% na movimentação de cargas de transbordo. As exportações e a cabotagem representaram um crescimento de 6,9% e de 5% respectivamente.

Esses resultados positivos são reflexo da retomada da economia global após a crise causada pela Covid-19 e no incremento dos serviços do terminal como o double call para a linha de longo curso ASAS do armador Maersk– Hamburg Süd. O serviço com saída direta (sem transbordo) nas rotações de importação e exportação para os principais portos da Ásia garante o melhor transit time da linha Ásia entre os portos da região Sul do Brasil.

A inclusão do Porto Itapoá no serviço ASAS, também na rota de exportação, se transformou em mais uma alternativa para escoar os grandes volumes de cargas refrigeradas de proteínas animais provenientes do agronegócio dos estados da região Sul, especialmente do oeste catarinense, além de exportadores das cadeias de celulose e de madeira.

“A infraestrutura de logística tem sido um impulsionador da economia que, mesmo com as consequências da pandemia, contribuiu de forma significativa para dar condições à retomada do poder econômico brasileiro. O Porto Itapoá vem acompanhando essa performance positiva como um importante elo nesta cadeia de abastecimento do Brasil com os mercados internacionais e na cabotagem entre portos de outros estados.” – Cássio José Schreiner, presidente do Porto Itapoá.

Além de atender a agroindústria de Santa Catarina – incluindo as cadeias de proteínas animal e madeira –, a movimentação de cargas de empresas do estado inclui automóveis e autopeças, motores elétricos, setor metalmecânico e a indústria da linha branca. Esses segmentos representam cerca de 50% do volume movimentado pelo porto. Os demais 50% de cargas movimentadas em Itapoá são de empresas de outros estados como São Paulo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e Espírito Santo, que buscam a eficiência do Terminal catarinense como alternativa logística.

Isso acontece tanto pela eficiência operacional, qualidade e agilidade do atendimento ao cliente, como por sua localização privilegiada na Baía da Babitonga. As condições seguras e facilitadas, com águas calmas e abrigadas da Babitonga e a profundidade natural do canal de acesso, são propícias para a chegada e saída de grandes navios que operam em nosso país. Essas condições evitam atrasos por interferências climáticas ou problemas de assoreamento que poderiam comprometer a profundidade no canal de acesso.

Cássio Schreiner complementa que 2021 foi um ano desafiador e que as incertezas e restrições impostas pela pandemia deram lugar rapidamente à uma forte retomada da demanda. “Esse cenário gerou pressão sobre os nossos serviços e capacidade instalada. Mas com muito trabalho, profissionalismo e planejamento conseguimos superar obstáculos e aproveitar a nova onda de crescimento. Com isso, estamos comemorando recordes operacionais, aumentando os níveis de eficiência e qualidade nos serviços e conquistando o reconhecimento dos clientes e do mercado”, explica.

As restrições impostas pela pandemia afetaram não apenas a mobilidade das pessoas nas cidades. O cenário da navegação mundial também foi diretamente impactado, gerando consequências vivenciadas até hoje em diversas cadeias de suprimentos. Os ajustes promovidos nesse ambiente, incluindo mudanças de escalas e adequações de serviços marítimos, fizeram com que uma das principais linhas que operavam em Itapoá, o SAEC – serviço entre Europa e América do Sul – deixasse o Terminal em 2021. Essa saída refletiu de forma significativa no volume do porto e, caso mantivesse sua frequência normal, elevaria ainda mais os números, de maneira especial as importações.

DEMANDA CRESCENTE E NOVA ETAPA DE EXPANSÃO

Para os próximos anos, as previsões e projeções dos cenários nacional e internacional, levando em conta a participação do terminal na logística brasileira, demandou que a empresa avançasse no plano de ampliação.

Em 2021, o terminal deu início a um projeto de captação de recursos no mercado financeiro para viabilizar um acréscimo de capacidade de sua estrutura de 1,2 milhão de TEUs para 1,6 milhão de TEUs, o que deve ser uma das maiores capacidades operacionais entre os portos de contêineres do país.

O plano de expansão do terminal, reconhecido pela Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários, do Ministério da Infraestrutura, como um projeto prioritário para a logística nacional, ampliará a área de pátio do Porto Itapoá em mais 200 mil m², finalizando uma área total de pátio de 450 mil m².

No dia 17 de dezembro, o projeto de captação de recursos foi concluído culminando com a captação de R$ 750 milhões, através da emissão de debêntures incentivadas, processo esse coordenado pelo BTG, com participação da XP. A consolidação do financiamento avançou principalmente em função da saúde financeira da empresa, como a evidente liquidez e geração de caixa, somada ao planejamento operacional e comercial do terminal.