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Startup recebe R$ 3 mi para melhorar tecnologia de importação e exportação

Publicado em 08/06/2020


Usando big data para otimizar tecnologia de importação e exportação, startup brasileira tem crescido 10% ao mês em 2020


Muitas atividades foram suspensas, ou tiveram suas demandas reduzidas, com a pandemia do Covid-19. No entanto, as importações e exportações de cargas não pararam, assim como as iniciativas para otimizar essa logística. A projeção de crescimento e o investimento recebido pela LogComex fundamenta a ideia.

A startup brasileira, plataforma de big data que leva inteligência para importações e exportações, recebeu recentemente um aporte de R$ 3 milhões para melhorar sua tecnologia e continuar crescendo 10% ao mês neste ano, apesar da desaceleração econômica atual.

A LogComex foi criada pelos empreendedores Carlos Souza e Helmuth Hofstatter em 2016. Souza era diretor de um despachante aduaneira, enquanto Hofstatter trabalhou com comércio exterior e depois com tecnologia da informação para esse setor na cidade portuária de Paranaguá (PR).

 

"Vi como as empresas perdiam muito dinheiro por não terem informações no tempo certo. É um setor carente de tecnologia, que convive com uma cadeia bagunçada e a falta de comunicação entre portos, operadores logísticos e importadores e exportadores", diz Hofstatter.

 

A LogComex começou focada em armazéns e portos. Depois, atendeu operadores logísticos. Agora, também tem importadores e exportadores como clientes.
A startup usa a tecnologia de big data: coleta grandes quantidades de dados em fontes públicas e os enriquece. O objetivo é entregar transparência ao que acontece no mercado e nos processos logísticos das próprias empresas.
Um importador pode ver participações de mercado, quais produtos estão sendo mais exportados, quais fornecedores têm as melhores condições e qual a rota logística mais competitiva. Tais dados podem ser cruzados com informações armazenadas em outro sistema, para que a empresa tome decisões melhores.
A LogComex afirma otimizar em 30% o tempo que a empresa gasta correndo atrás de fornecedores e provedores logísticos. A startup atende 350 clientes em troca de uma assinatura mensal, com precificação que varia de acordo com o volume de dados consumidores e cargas embarcadas.

 

Novo investimento e planos para 2020

O primeiro investimento na LogComex veio da empresa de inovação ACE. A startup participou do programa de aceleração da ACE em 2017. O objetivo era desenhar sua estrutura comercial, estimulada por um investimento semente de R$ 150 mil.
A LogComex participa hoje do Scale-Up Endeavor. O programa não realiza investimentos, mas permitiu que a LogComex melhorasse sua gestão e seu potencial de escala.
Tais objetivos são potencializados pela nova rodada de R$ 3 milhões. O valor foi investido pelas gestores Caravela Capital (R$ 1 milhão) e Invest Tech (R$ 2 milhões).


Este é o primeiro investimento do fundo de R$ 75 milhões da Caravela Capital. A gestora olha para setores revelantes e boas soluções para eles.

 

"O mercado de importações e exportações é grande em volume transacionado e está cada vez mais competitivo. São dezenas de players, que faturam geralmente entre US$ 1 milhão e US$ 10 milhões por ano." - Frederico Guesser, sócio da Caravela Capital.


O capital será usado para melhorar a tecnologia da LogComex, como um módulo focado apenas em importadores. Também ajudará a dobrar a equipe, hoje em 70 funcionários.

 

"É um mercado com mais players, então vemos um maior potencial de escala em relação aos portos e operadores logísticos", completa Hofstatter.


Além do capital, a Caravela Capital forneceu mentoria de empreendedores da sua rede para a LogComex. Um exemplo foi Alessio Alionço, fundador do software de gestão Pipefy.
A LogComex cresce 10% ao mês desde sua fundação e espera manter a porcentagem em 2020. Quanto mais a startup cresce, mais difícil fica manter as mesmas taxas. Mesmo com a pandemia, a LogComex aposta no potencial um comércio global mais inteligente.