Tecon Vila do Conde ajuda a contornar impacto da seca no transporte de contêineres pelo Rio Amazonas

Terminal atende navios de longo curso e de cabotagem que precisam reduzir peso para navegar com segurança até Manaus; contêineres descarregados seguem para o destino por barcaça

Por Redação

A carga descarregada na Santos Brasil é embarcada em barcaças (Foto: Divulgação)

A Santos Brasil, por meio do terminal de contêineres de Vila do Conde (PA), anunciou apoio às empresas de navegação que estão com dificuldade de trafegar pelo rio Amazonas em função da grave seca que está afetando a região e que já reduziu em cerca de 40% a navegabilidade do rio.

Segundo a companhia, o terminal passou a ser ponto de parada de navios de cabotagem e longo curso com destino a Manaus que precisam reduzir peso para navegar com segurança até o destino. A carga descarregada na Santos Brasil é embarcada em barcaças (embarcação com fundo chato), que têm pouca restrição de navegação, e segue também para Manaus.

Em nota, a companhia afirmou que o primeiro navio a realizar essa operação chegou ao terminal no último dia 30, quando foram transbordados cerca de 300 contêineres cheios que foram divididos em duas barcaças rumo a Manaus.

Nesta semana, está prevista mais uma operação, mas no sentido inverso. A carga irá de Manaus nas embarcações especiais para o terminal e um navio de cabotagem será carregado com destino a vários outros portos do país.

SECA NO AMAZONAS

A logística da região Norte do Brasil vive uma crise sem precedentes por conta da seca, que é normal neste período, mas que neste ano chegou mais cedo e mais forte e deve durar mais quatro meses. Além da grave questão ambiental, a grande preocupação é o desabastecimento da região, afetando tanto a população quanto os negócios da zona franca de Manaus.

Em matéria exclusiva, publicada em 9 de outubro, a MundoLogística trouxe análise das complicações da seca no Rio Amazonas, que vão desde o encarecimento das operações até a dificuldade de escoamento para as regiões Sul e Sudeste. De acordo com especialistas, pode comprometer inclusive as compras de Black Friday e Natal.

A previsão é de que, até novembro, o comprometimento da capacidade dos navios de cabotagem supere o índice de 2022, quando o percentual de restrição foi de 50%.